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Linguagem oral e Sotaque como identidade do falante

Kikongo, Língua Feb 15, 2023

A diferença entre a linguagem escrita e oral

A comunicação é essencial na interação humana, e a linguagem é uma ferramenta fundamental para a transmissão de ideias e informações. No entanto, a forma como as informações são transmitidas pode variar de acordo com o meio utilizado. A diferença entre a linguagem escrita e oral é uma dessas variações.

Uma das principais diferenças entre a linguagem escrita e oral é a clareza da mensagem transmitida. Na linguagem oral, os gestos e a entonação podem ser utilizados para ajudar a expressar melhor as ideias do falante. Por exemplo, um gesto de apontar para um objeto pode ajudar a esclarecer qual objeto está sendo discutido. A entonação também pode ajudar a expressar sentimentos e emoções, como alegria, tristeza ou raiva.

Por outro lado, a escrita não possui essas ferramentas de clareza e expressividade. Por essa razão, a escrita requer maior atenção aos detalhes e à forma como as ideias são expressas. O uso correto da gramática, da pontuação e da ortografia são fundamentais para garantir que a mensagem seja compreendida de forma clara e precisa pelo leitor.

Além disso, na linguagem escrita, é importante que a mensagem seja organizada de forma lógica e coerente. A escrita permite que o autor reveja e edite o seu trabalho, o que pode melhorar a qualidade da mensagem transmitida. Por outro lado, a linguagem oral é muitas vezes improvisada e pode ser menos estruturada.

Apesar das diferenças entre a linguagem escrita e oral, ambas são importantes para a comunicação eficaz. A escrita é usada em situações formais, como documentos legais, trabalhos acadêmicos e correspondências oficiais. Já a linguagem oral é utilizada em situações informais, como conversas entre amigos e família, apresentações e discursos.

Na escrita, a clareza é alcançada através da forma como se escreve, incluindo o uso correto da gramática e da pontuação. A escrita é uma forma de comunicação que requer maior clareza e precisão, já que não há ajuda de gestos e entonações para auxiliar a compreensão do leitor.

Em conclusão, a clareza da mensagem é um fator importante na comunicação eficaz. A linguagem oral pode ser acompanhada por gestos e entonação, o que pode tornar as ideias do falante mais claras. Por outro lado, a escrita requer maior atenção aos detalhes, como a gramática, a pontuação e a organização das ideias. Ambas as formas de comunicação são importantes e devem ser utilizadas de forma adequada, dependendo do contexto e da situação em questão.

O sotaque na linguagem oral.

O sotaque é uma característica distintiva da fala de um indivíduo e reflete a sua identidade cultural e regional. É natural que cada pessoa tenha o seu próprio sotaque, que é influenciado pelo meio ambiente e pelas interações sociais que experimenta. O sotaque pode ser tão forte que serve como uma forma natural de identificar a origem do falante.

No entanto, em certas ocasiões, indivíduos podem tentar mudar o seu sotaque para atender a determinados objetivos, como a busca de aceitação social ou a melhoria da comunicação. Infelizmente, essa tentativa pode levar a erros fonéticos, pois o sotaque é uma característica natural da fala e não pode ser facilmente alterado.

O sotaque também é um elemento importante do regionalismo, pois reflete a diversidade cultural e linguística de cada região. O uso de um vocabulário tradicional ou de uma linguagem menos formal pode ser uma expressão desse regionalismo, que ajuda a identificar a origem geográfica do falante.

O Sotaque na linguagem escrita.

Como adiantado acima, o sotaque é uma característica da fala que pode variar entre diferentes regiões e grupos sociais. Na linguagem oral, o sotaque é facilmente identificado pela maneira como as palavras são pronunciadas e entonadas. No entanto, é possível que o sotaque também se manifeste na linguagem escrita.

Uma forma pela qual o sotaque pode ser expresso na escrita é através do uso de palavras e expressões regionais. Por exemplo, um autor que tem um sotaque de Luanda pode utilizar palavras e expressões que são comuns nessa região do pais, como “mambu” ou “kuya”, “ché”,”mbowa”. Da mesma forma, um autor que tem um sotaque britânico pode utilizar termos que são mais comuns na Inglaterra, como “biscuit” em vez de “cookie”.

O sotaque é uma característica natural da fala e é parte integrante da identidade cultural e regional de um indivíduo. Tentar mudar o sotaque pode levar a erros fonéticos e não deve ser forçado. Por esse motivo, não é prático modificar a forma escrita com base no sotaque.
cPM – Patrcio Mamona

Outra forma pela qual o sotaque pode ser expresso na escrita é através do uso de construções gramaticais que são comuns em determinada região ou grupo social. Por exemplo, algumas regiões do Brasil utilizam a forma “tu” ao invés de “você” para se referir à segunda pessoa do singular. Essa construção gramatical pode ser utilizada na escrita para expressar o sotaque daquela região.

No entanto, é importante ter cuidado ao utilizar expressões e construções gramaticais que são específicas de uma região ou grupo social. Isso porque essas expressões podem não ser compreendidas por leitores de outras regiões ou grupos sociais. Além disso, o uso excessivo de expressões regionais pode tornar o texto difícil de compreender, principalmente para leitores que não estão familiarizados com a região em questão.

Em conclusão, o sotaque pode ser expresso na linguagem escrita através do uso de palavras e expressões regionais e construções gramaticais que são comuns em determinada região ou grupo social. No entanto, é importante ter cuidado ao utilizar essas expressões para que o texto seja compreensível para leitores de diferentes regiões e grupos sociais. O equilíbrio entre a expressão do sotaque e a clareza da mensagem deve ser buscado na linguagem escrita.

Por outro lado, o sotaque é uma característica natural da fala e é parte integrante da identidade cultural e regional de um indivíduo. Tentar mudar o sotaque pode levar a erros fonéticos e não deve ser forçado. O uso de um vocabulário tradicional ou de uma linguagem menos formal pode ser uma expressão do regionalismo, enquanto a clareza na escrita é alcançada através do uso correto da gramática e da pontuação.

Não considere o sotaque uma variante da língua

O sotaque é uma forma particular de falar e de usar expressões típicas de uma região ou grupo étnico. No entanto, o sotaque não pode ser considerado uma variante da língua, e por isso, não deve ser motivo para modificar a forma escrita de uma língua inteira. Caso isso ocorra, corre-se o risco de nunca ter uma língua formal, mais sim um conjunto de cioulos em volta do nome deste particular idioma. Mesmo dentro de uma mesma família, as pessoas podem ter diferentes formas de pronunciar palavras; Isso não significa que as palavras devem ser escritas de acordo com a pronúncia de cada um. É possível ter diferentes sotaques dentro de um mesmo contexto escrito. A língua portuguesa, por exemplo, é falada em muitos países, e cada um deles possui um sotaque característico, assim como ocorre com o inglês e francês, uma situacao comum em todas línguas.

Assim sendo, o sotaque não deve ser visto como um empecilho para a escrita correta de uma língua, pois a ortografia e a gramática são aspectos independentes da forma de falar de cada indivíduo. A língua escrita é uma forma padronizada de comunicação, que busca garantir a compreensão e a uniformidade entre os usuários da língua, independentemente de seus sotaques ou dialetos.

É importante lembrar que a diversidade linguística é uma característica fundamental da nossa cultura e deve ser valorizada. Os sotaques regionais e as variações dialetais fazem parte da riqueza da nossa língua e contribuem para a sua evolução e adaptação a diferentes contextos. No entanto, é preciso compreender que a língua escrita é um instrumento de comunicação formal que precisa seguir normas e regras estabelecidas para garantir a sua compreensão e a sua utilidade em diferentes situações e contextos.

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